Um vasto país com uma longa linha costeira e um planalto central, Angola atravessa o interior da ?frica Austral e faz fronteira com a Namíbia, Botswana, Z?mbia, República do Congo e a República Democrática do Congo. As suas principais cidades, incluindo a sua capital, Luanda, olham para oeste sobre o Atl?ntico Sul até ao Brasil, outra na??o de língua portuguesa (como ela própria). Tem uma popula??o de mais de 33,08 milh?es de habitantes (2022).
Panorama económico
A sorte económica de Angola tem estado ligada à procura mundial de petróleo, o que provocou um crescimento volátil e deixou o país com elevados níveis de pobreza e desigualdade. As reformas realizadas nos últimos cinco anos melhoraram a gest?o macroeconómica e a governa??o do sector público. A estabilidade macroeconómica foi refor?ada através de um regime de taxas de c?mbio mais flexível, da autonomia do banco central, de uma política monetária sólida e da consolida??o or?amental.
O crescimento económico em 2023 foi revisto em baixa para 0,8%. A produ??o de petróleo ficou aquém das expectativas devido a uma grande paragem para manuten??o no primeiro semestre do ano. As exporta??es de petróleo que foram inferiores às previstas e os elevados pagamentos do servi?o da dívida reduziram a oferta de divisas, provocando uma desvaloriza??o de 40% da moeda em maio-junho. O sector n?o petrolífero abrandou após este choque de custos nos principais factores de produ??o, bem como o ajustamento pontual dos pre?os da gasolina em junho. Em resposta, como a estagna??o afectou as receitas e a queda do kwanza inflacionou os pagamentos de juros e os subsídios aos combustíveis fósseis, o governo reduziu outras despesas.
A deprecia??o da moeda e o aumento dos pre?os da gasolina alimentaram as press?es inflacionistas desde meados de 2023. A infla??o homóloga atingiu 24% em fevereiro de 2024, em compara??o com 11,5% em fevereiro de 2023, impulsionada principalmente pelos pre?os dos produtos alimentares. Em resposta, o Banco Nacional de Angola aumentou a sua taxa de juro directora em 100 pontos base para 18% em novembro e depois para 19% em mar?o. Uma vez que cerca de 80% da dívida pública é denominada em moeda estrangeira, a deprecia??o da taxa de c?mbio fez subir o rácio dívida/PIB de 69% em 2022 para 87% em 2023.
A economia n?o está a gerar empregos suficientes para acompanhar o crescimento da popula??o em idade ativa em Angola. Entre o final de 2022 e o final de 2023, mais de 550 000 novos trabalhadores entraram na popula??o ativa, mas apenas 10 000 postos de trabalho foram criados. O desemprego urbano e juvenil subiu para 42 e 58% no final de 2023, respetivamente, em compara??o com 39 e 53% no ano anterior.
Prevê-se que o crescimento recupere a partir de 2024, impulsionado pelos sectores n?o petrolíferos. Embora os novos projectos petrolíferos possam aumentar a produ??o de petróleo nos próximos anos, será difícil para o sector evitar um declínio a longo prazo devido ao esgotamento do petróleo e à falta de investimento. Prevê-se que a infla??o diminua a partir de meados de 2024. O refor?o da política monetária, uma orienta??o or?amental conservadora e reservas internacionais suficientes para reduzir as press?es sobre a taxa de c?mbio dever?o conter as press?es inflacionistas. A infla??o dos géneros alimentícios, combinada com o enfraquecimento do mercado de trabalho e a diminui??o do crescimento per capita, sugere que a pobreza poderá aumentar para 36,1% em 2024, o que corresponde a quase 13,5 milh?es de angolanos que vivem com menos de 2,15 dólares por dia.
Desafios sociais e de desenvolvimento
A dependência de Angola do sector petrolífero aumentou a sua vulnerabilidade aos choques externos e prejudicou a estabilidade macroeconómica. A forte aprecia??o da taxa de c?mbio real tem prejudicado a economia n?o petrolífera e limitado a diversifica??o económica e a cria??o de emprego. Entre as pessoas empregadas, 80% s?o informais e metade s?o trabalhadores por conta própria sem empregados ou trabalhadores n?o remunerados de empresas familiares. Embora se preveja uma recupera??o económica em 2024, a dependência excessiva do petróleo significa que os riscos para as perspectivas permanecem elevados.
A diversifica??o continua a ser ilusória, enquanto a produ??o de petróleo está em declínio estrutural e a descarboniza??o global se aproxima a médio prazo. Angola precisa de investir urgentemente na remo??o das barreiras ao investimento do sector privado para alcan?ar a diversifica??o económica e apoiar o crescimento, a cria??o de emprego e a redu??o da pobreza. Com terras agrícolas e aráveis abundantes e condi??es climáticas favoráveis, a agricultura é o sector com maior potencial para impulsionar esta diversifica??o. No entanto, Angola terá de refor?ar a sua capacidade de resiliência às altera??es climáticas, uma vez que a sua exposi??o a fenómenos climáticos extremos deverá aumentar a escassez de água, aumentar as temperaturas e prolongar as esta??es secas, o que prejudicará a produtividade agrícola.
Contexto político
Angola adoptou um sistema multipartidário, com elei??es gerais de cinco em cinco anos. O Movimento Popular de Liberta??o de Angola (MPLA) está no poder desde a independência do país em 1975. Em agosto de 2022, o MPLA venceu as quartas elei??es do pós-guerra com 51% dos votos e garantiu ao Presidente Jo?o Louren?o um segundo e último mandato.
A nível internacional, Angola continua a ser assertiva e a demonstrar um compromisso inabalável com a paz e a estabilidade em ?frica, em especial na República Democrática do Congo, onde tem liderado os esfor?os regionais para p?r termo à instabilidade que amea?a toda a Regi?o dos Grandes Lagos.
?ltima atualiza??o: 9 de abril de 2024
