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OPINI?O12 de janeiro de 2023

Em busca de um futuro com oportunidades para todos

Os principais desafios para o Brasil e possíveis caminhos para enfrentá-los

Pablo Acosta
Folha de S. Paulo

Após um período de estabilidade econ?mica, altas taxas de crescimento e redu??o substancial da pobreza nos anos 2000, o Brasil enfrentou na década seguinte e no início desta um horizonte desafiador, cujos efeitos ainda perduram. A crise de 2014-2016, a pandemia de Covid-19 e as consequências da guerra na Ucr?nia tiveram um impacto profundo no país, reduzindo o crescimento, aumentando o desemprego e elevando a infla??o. Essas crises foram decisivas em um momento com poucos ganhos na luta contra a desigualdade. As disparidades existentes se ampliaram devido ao impacto desproporcional sobre os mais vulneráveis. Uma recupera??o incipiente está em andamento, mas é frágil e está exposta a uma incerteza maior, dada a perspectiva sombria global e os crescentes riscos climáticos.

Para apresentar sua vis?o sobre os principais desafios do país e apontar possíveis caminhos a seguir para enfrentá-los, o Banco Mundial apresentou em dezembro o documento “”, direcionado a formuladores de políticas públicas e à sociedade brasileira.

Ao olhar para frente sob um novo governo, o Brasil enfrenta a tarefa de garantir a recupera??o de choques passados e construir um futuro com oportunidades para toda a popula??o. Nesse sentido, o relatório apresenta uma agenda priorizada em torno das quatro quest?es apresentadas abaixo, de fundamental relev?ncia para a recupera??o e a resiliência futura do Brasil.

1)      Financiar o desenvolvimento de forma sustentável

A primeira é o objetivo de promover o desenvolvimento de forma sustentável, dado o desafio imediato de situar as enormes necessidades de crescimento, inclus?o e a??o climática do país, mantendo a disciplina fiscal para oferecer oportunidades duradouras. O país fez progressos no sentido de reequilibrar o or?amento, liquidando grande parte do pacote de despesas de emergência da pandemia. Mas os níveis da dívida permanecem elevados, as press?es sobre os gastos s?o altas e uma perspectiva de crescimento global e interno menos favorável apresenta riscos consideráveis. Para conciliar disciplina fiscal e necessidades de desenvolvimento, o documento oferece recomenda??es de políticas para: (i) manter uma ?ncora fiscal confiável, (ii) tornar as transferências sociais e a tributa??o mais eficientes e progressivas e (iii) conter a remunera??o do setor público.

2)      Construir oportunidades por meio da produtividade

O principal obstáculo para aumentar a renda no Brasil é o modelo de baixa produtividade da economia, que tem sustentado o desempenho econ?mico insatisfatório nas últimas duas décadas. Com a crescente dependência dos brasileiros em rela??o a políticas de transferência de renda, é fundamental retomar a vis?o de crescimento e de emprego como os veículos mais importantes para a dignidade e a mobilidade da popula??o pobre. Para isso, o documento prop?e op??es de políticas para: (i) intensificar a integra??o e a concorrência por meio do comércio, (ii) aumentar a inova??o e o avan?o tecnológico, (iii) melhorar o ambiente de investimento e (iv) modernizar a infraestrutura.

3)      Aumentar as habilidades e a inclus?o econ?mica dos pobres

Apesar dos ganhos expressivos das décadas anteriores, a pobreza e as disparidades permanecem proeminentes na vida de muitos brasileiros. Antes da pandemia, os 10% mais ricos da popula??o tinham uma renda per capita média 50 vezes superior a dos 10% mais pobres. Um em cada cinco era extremamente pobre, e a maioria residia em domicílios chefiados por alguém sem ensino fundamental completo ou sem um emprego formal. A pandemia ampliou essas discrep?ncias e hoje quase metade da futura for?a de trabalho brasileira (as crian?as) está crescendo em famílias pobres. ? preciso oferecer a todos maior capacidade de captar as oportunidades que surgem com o crescimento. Nesse sentido, o documento aborda um conjunto de políticas para (i) reconstruir as capacidades colocando a aprendizagem e as habilidades de volta no caminho certo e (ii) fortalecer as políticas de inclus?o econ?mica.

4)      Realizar o potencial do Brasil como economia verde

O país enfrenta impactos significativos das mudan?as climáticas, que s?o agravados pelo desmatamento e pela degrada??o do solo. As mudan?as climáticas já est?o alterando os padr?es de temperatura e o regime de chuvas no país, resultando na redu??o da disponibilidade de água e em secas prolongadas. Espera-se que esses problemas se agravem com o tempo. Os choques climáticos também podem levar de 800 mil a 3 milh?es de brasileiros à pobreza extrema já em 2030. A invers?o dessas tendências será crucial para o futuro crescimento e para proteger os vulneráveis. Interromper o desmatamento ilegal nos biomas Amaz?nia e Cerrado é de particular urgência. Além disso, o documento prop?e políticas para: (i) coibir o desmatamento; (ii) avan?ar nas transi??es setoriais para zerar as emiss?es líquidas e (iii) aumentar o papel da precifica??o do carbono e das redes de seguran?a social climáticas inteligentes para o clima como medidas-chave em toda a economia.

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Esta coluna foi escrita em colabora??o com minha colega Shireen Mahdi, economista líder do Banco Mundial para o Brasil.

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